
STF julgará recurso e investigação da PF envolvendo corrupção colocam Lira em apuros, enquanto relação com governo Lula se deteriora
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), considerado um dos políticos mais poderosos do país, está enfrentando uma série de desafios jurídicos nesta semana.
O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a julgar um recurso que pode torná-lo réu em um processo por corrupção passiva. Além disso, uma investigação da Polícia Federal sobre corrupção está em andamento, atingindo assessores e pessoas próximas a ele.
Essas questões surgem ao mesmo tempo em que as relações entre Lira e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão abaladas, o que levou aliados de Lira a acusarem indiretamente o governo de utilizar a Polícia Federal para prejudicar o presidente da Câmara. Lira tem sido visto como um dos principais obstáculos do presidente na aprovação de medidas de seu interesse.
Um dia após a votação da medida provisória que estabeleceu a estrutura do governo e após críticas abertas de Lira à articulação política de Lula, uma operação da Polícia Federal envolvendo pessoas próximas ao deputado foi deflagrada.
O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, descartou qualquer envolvimento do governo na operação da Polícia Federal, afirmando que a PF cumpre determinações do Poder Judiciário e que o Executivo não tem influência sobre ela.
Lira declarou em entrevista à GloboNews que não se sente afetado pela ação da PF e não considera isso provocativo, afirmando que não pode comentar uma operação policial sem ter acesso às informações nela contidas.
Especialistas consultados pela BBC News Brasil estão avaliando as possíveis reações do presidente da Câmara diante de uma eventual pressão sobre ele. Essas reações podem variar desde uma postura mais cooperativa em relação ao governo até uma posição mais rígida em relação às pautas defendidas pelo presidente Lula.
As suspeitas que cercam o presidente da Câmara incluem o julgamento de um recurso pelo STF, que pode torná-lo réu em um processo por corrupção passiva. A denúncia alega que Lira teria aceitado propina em 2012 para dar apoio político a um dirigente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos.
Outro caso envolve suspeitas de fraude na compra de kits de robótica em Alagoas, reduto político de Lira. A investigação da Polícia Federal apura possíveis fraudes em licitações, que teriam resultado em prejuízo aos cofres públicos. A operação da PF mirou um casal de assessores parlamentares próximos a Lira, mas até o momento não houve menção direta ao presidente da Câmara nas investigações.
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