
Com novo reajuste de 5,31%, a partir de 1º de Julho, tarifas alcançam valores recordes e reacendem debate sobre peso fiscal e má gestão dos recursos públicos
São Paulo – O estado de São Paulo segue liderando o ranking de pedágios mais caros do país, com tarifas que pesam no bolso dos motoristas e afetam diretamente o custo do transporte de cargas e passageiros. Com o novo reajuste autorizado pela Artesp, os valores aumentaram em média 5,31% a partir de 1º de julho de 2025.
Tarifas recordes Entre os destaques, o pedágio no Sistema Anchieta-Imigrantes subiu de R$ 36,80 para R$ 38,70, tornando-se o mais caro do Brasil para veículos de passeio. Também tiveram reajustes relevantes as praças da Via Anhanguera (R$ 13,70 em Perus), Rodovia dos Bandeirantes (R$ 13,70 em Caieiras e Campo Limpo), e trechos do interior, como Nova Odessa (R$ 12,10) e Mogi Mirim (R$ 11,10).
Impacto no transporte e na economia Especialistas alertam que os custos com pedágio representam até 25% do valor do frete rodoviário, encarecendo alimentos, combustíveis e insumos. Passageiros de ônibus também sentem os reflexos nos preços das passagens intermunicipais.
Modelo de concessão e o discurso da qualidade Com 227 praças de pedágio sob controle de concessionárias privadas, São Paulo mantém a maior malha concedida do país. O governo estadual justifica os altos valores com a necessidade de manter padrões elevados de conservação viária.
A defesa do free flow como vitrine de modernização O governador Tarcísio de Freitas tem promovido ativamente a adoção do sistema free flow — que permite a cobrança eletrônica sem praças físicas — como símbolo de eficiência e justiça tarifária. Segundo ele, esse modelo “cobra por trecho percorrido” e elimina os congestionamentos nas praças.
> “Com o free flow, quem anda menos, paga menos. É um modelo mais justo”, tem reiterado o governador em eventos públicos.
No entanto, críticos apontam que o avanço tecnológico não tem sido acompanhado de redução real nas tarifas nem de transparência nos contratos. O sistema é percebido por parte da população como um novo mecanismo de arrecadação, não de alívio financeiro.
População contesta lógica do ‘pague mais para ter qualidade’ Cansado de aumentos sucessivos, o contribuinte começa a rejeitar a retórica oficial. A questão central não é o valor absoluto, mas a inversão de prioridades na gestão pública:
> “O cidadão já paga uma das maiores cargas tributárias do país. E quando precisa de estrada, saúde, educação ou segurança, ainda tem que arcar com tarifas. É inadmissível”, disse um usuário entrevistado em Limeira.
Clamor por revisão de contratos Movimentos sociais, caminhoneiros e parlamentares da oposição vêm pressionando por revisão nos critérios de reajuste e mais transparência sobre os lucros das concessionárias. A decisão de suspender temporariamente os pedágios na SP-304 foi celebrada como exceção, não como tendência.
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