
Em cenário marcado por vaidades, vereadores disputam elogios enquanto problemas reais ficam fora dos holofotes
No teatro da política de Americanópolis D’Oeste, a disputa pelo melhor elogio ao professor-prefeito é o grande espetáculo. Os Alunos Sabujadores – o das Flores e o da Maçã – competem com fervor, cada um tentando superar o outro em bajulação. O Aluno das Flores, com seu buquê exagerado, recita poemas sobre a “grandeza incomparável” do professor, enquanto o Aluno da Maçã, com sua cesta reluzente, elabora discursos sobre “a liderança visionária que transforma a cidade”.
O professor, sentado em sua cadeira alta, observa com um sorriso satisfeito, enquanto os vereadores ao fundo criam mais um grupo de WhatsApp, acreditando que emojis e agendando reuniões para marcar reunião, além das mensagens rápidas resolverão os problemas reais da cidade. A plateia – os cidadãos – assiste, perplexa, ao espetáculo que custa mais de 1.500 milhões de reais por ano, para cada ator. “Será que é isso que estamos pagando?”, murmuram entre si.
Finalmente, o professor se levanta e anuncia: “O Aluno das Flores será o escolhido para apagar a lousa hoje.” O Aluno da Maçã, derrotado, tenta disfarçar sua frustração, enquanto o vencedor corre para cumprir sua gloriosa missão. E assim, entre flores, maçãs e elogios intermináveis, os problemas reais de Americanópolis D’Oeste continuam nos bastidores, esperando sua vez de entrar em cena.
A plateia, cansada, só quer uma peça que valha o ingresso. Porque, no fim das contas, o palco deveria ser sobre a história da cidade e não sobre os atores que ocupam o centro das atenções. 🎭✨
Nota: Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas, fatos ou situações da vida real é mera coincidência.
Por Jorge Ramos jornalista, comentarista político, articulista, consultor financeiro e securitário. Graduado em Administração/Gestão Pública e pós-graduado em Direito Constitucional