
Promessas, ironias e a busca pelo feitiço perdido na gestão de Danilus Carvalhosos
Num distante reino chamado Americanópolis D’Oeste, a saúde era como um calçado furado: seguia tropeçando por aí, sem mapa e sem direção. Danilus Carvalhosos, o célebre imperador da saúde, era um mestre nas artes da fala e do quaiquaiscola—mas se perdia mais rápido que GPS sem sinal. Apesar de sua sabedoria lendária, seu hábito de ignorar a realidade fazia seus súditos rolarem os olhos e suspirarem (em fila, claro, porque reclamar exige ordem!).
As filas eram épicas! Pareciam até desfile carnavalesco. Os cidadãos, desesperados, berravam em coro: “Ó, imperador! Nossas consultas sumiram no Bermuda dos serviços públicos! Cadê os remédios? Cadê os exames? Cadê as consultas?” E o imperador, de sua torre, respondia com elegância: “Estou redigindo planos tão maravilhosos que serão dignos de moldura!” Pena que planos, ao contrário de aspirinas, não curam dor de cabeça.
Enquanto isso, o silvícula Chavantes, que eram como primos camaradas numa festa junina. Faziam gestão compartilhada, riam juntos e até dançavam quadrilha! Já em Americanópolis, o prefeito — que achava que maquiagem resolvia tudo — lançava sorrisos brilhantes, tentando acreditar na ideia de um sistema funcional enquanto ignorava os problemas maiores que pareciam ser. “Olhem! Não é fabuloso?”, dizia ele, enquanto todos seus idólatras aplaudiam e elogiavam.
Num belo dia, em meio a aves cantando e flores dando piruetas ao vento, os cidadãos decidiram reunir forças na praça. Uma senhora, portando uma pasta cheia de exames “perdidos”, vociferou: “O que vamos fazer? O imperador fala de planos mágicos, mas nossos remédios são mais fantasmas do que seriado no streaming!” A multidão respondeu com acenos desanimados: estavam todos na mesma dança, mas sem coreografia.
Durante uma magnífica conferência no castelo, Danilus apresentou “O Plano Mágico para a Saúde do Século”. O resultado? Não foram aplausos, mas uma sinfonia de murmúrios confusos. “Cadê o truque de mágica que vai curar nossos males? Onde está o coelho da cartola?”, questionou um súdito, visivelmente desconfiado. Não havia resposta.
A saúde em Americanópolis parecia mais complicada que manual de eletrodoméstico. Danilus, enrolado em sua capa de sabedoria, precisava de um GPS emocional para ouvir seu povo e sair do modo fantasia. “Ó, imperador!”, gritaram. “Conversa não cura gripe! Mostre ação antes que vire comédia!”
E assim, entre promessas e risadas irônicas, Americanópolis d”Oeste seguia sua saga, torcendo para que Danilus trocasse sua magia verbal por atitudes concretas.
*** Trata-se de uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos reais, pessoas ou eventos é mera coincidência.
Jorge Ramos é jornalista, comentarista político, articulista, consultor financeiro e securitário. Graduado em Administração/Gestão Pública e pós-graduado em Direito Constitucional