As forças de emergências montaram um hospital de campanha devido à possibilidade de que o número de feridos seja alto
Um incêndio de grandes proporções está consumindo um prédio de 14 andares no bairro de Campanar, em Valência, onde há 138 casas e onde vivem cerca de 450 vizinhos, mas esse número pode variar porque há uma população flutuante, de acordo com Adriana, gerente do prédio e vizinha do 12º andar. O fogo gera uma grande coluna de chamas e fumaça densa que afeta a maior parte dos andares do bloco, localizado entre as ruas Maestro Rodrigo e Poeta Rafael Alberti. Em apenas meia hora, as chamas afetaram todo o prédio, construído em 2008, e, embora o número de vítimas ainda não seja conhecido, a Emergência transferiu um hospital de campanha para o local. Por volta das nove horas da noite, a polícia começou a reunir vizinhos do prédio para proceder à sua identificação.
Brutal el incendio de Valencia.
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As autoridades confirmam que 13 pessoas ficaram feridas. Seis destes feridos são bombeiros que estavam a prestar assistência ao incêndio, dois dos quais foram para o hospital por inalação de fumo, queimaduras nas mãos e um deles por fratura no pulso. Dos vizinhos que estavam no prédio, um homem foi transferido por inalação de fumaça para o Hospital Geral, duas pessoas no sexto andar foram transferidas para inalação de fumaça de ambulância para o hospital Doutor Peset e um menor foi para o hospital 9 de Octubre por seus próprios meios.
As chamas varreram toda a fachada e fizeram com que algumas partes do prédio fossem jogadas a vários metros de distância. O fogo começou em um dos andares térreos, mas rapidamente se espalhou para o resto do bloco. A polícia cortou o acesso para evitar acidentes e facilitar a chegada de veículos de emergência. A Emergência, que recebeu o alerta depois das 17h30, pediu ainda, através das redes sociais, para não se aproximar do local do incêndio e áreas adjacentes “por poder ser perigoso e facilitar o trabalho das equipas”.
David Higuera, engenheiro técnico e especialista em instalações prediais, ressalta que, ao que tudo indica, o material utilizado na fachada foi a causa da rápida propagação do fogo. São placas de alumínio com isolante sintético “muito combustível”. “Eles têm um comportamento térmico muito bom contra o calor e o frio, mas essas espumas sintéticas são muito combustíveis”, diz.
Carlos e Dani, dois rapazes de 16 anos, que estavam num parque junto ao edifício quando o incêndio começou, assistiram “admirados” enquanto o fogo se alastrava “para cima” em poucos minutos. “Eu ia para as placas de alumínio na fachada ou atrás delas, sempre para cima”, diz Carlos. Ambos dizem ter visto vizinhos nas varandas fazendo gestos de socorro e “gritando”. E mostram um vídeo que gravaram do parque. Outro vizinho aponta que o fogo começou nas cortinas de uma casa, segundo o porteiro.
Ana Maria Gonzalez, testemunha que trabalha em uma clínica próxima ao incêndio, disse que os bombeiros resgataram um adolescente que estava no primeiro andar, enquanto outros policiais estavam ajudando uma pessoa presa no mesmo andar. Os serviços de emergência tentaram colocar um tapete inflável, mas sem sucesso porque os objetos que caíram em chamas impossibilitaram o uso da ferramenta. Esta testemunha explicou como viu “ferros em chamas” caírem no chão, que os bombeiros tentavam apagar.
O 112 mobilizou dez equipes de bombeiros municipais, dois SAMU e uma SVB para o local do incêndio, que aparentemente teve origem no quarto andar do prédio e se espalhou para o restante do prédio, conforme relatado pelo Emergências em sua conta X (antigo Twitter). Além disso, foram mobilizados uma unidade de apoio e coordenação, uma viatura multissinistra e um hospital de campanha, além de três SAMUs, duas unidades de Suporte Básico de Vida e uma ambulância convencional.
* Por FERRAM BONO/ EL PAIS
