
Pedido de autorização ao STF levanta questões sobre movimentações financeiras e áudios divulgados.
Na terça-feira, 30, a Polícia Federal solicitou a quebra do sigilo bancário e fiscal do deputado federal André Janones (Avante-MG) no inquérito que investiga a possível prática de rachadinha. Por meio de uma postagem no Twitter, o parlamentar expressou sua surpresa em relação à ação da corporação.
NOTA:
— André Janones (@AndreJanonesAdv) January 30, 2024
Me causa estranheza a PF pedir a quebra de meu sigilo fiscal e bancário, sendo que eu já os coloquei a disposição desde o início das investigações, e até hoje não fui sequer ouvido.
Mais estranho ainda é apontarem como “suspeito”, um depósito feito quando nenhum dos…
Janones destacou que desde o início das investigações disponibilizou todos os seus dados às autoridades. Ele levantou questionamentos sobre a suspeita em torno de um depósito feito quando nenhum dos assessores investigados trabalhava mais em seu gabinete, argumentando sobre a impossibilidade de devolução de salários três anos após suas exonerações.
O deputado manifestou confiança em sua absolvição e comparou sua situação com a dos Bolsonaros, mencionando a resistência deles em terem seus sigilos quebrados e questionando a origem dos recursos para a compra de 70 imóveis em dinheiro vivo.
O delegado Roberto Santos Costa, encarregado do caso, requereu ao Supremo Tribunal Federal autorização para examinar as movimentações financeiras de Janones desde janeiro de 2019, quando iniciou seu mandato na Câmara, até janeiro de 2024, incluindo seis assessores do deputado.
O caso teve origem após a divulgação de áudios nos quais Janones solicita doações financeiras aos assessores para cobrir despesas da campanha eleitoral, o que a PF considera indício de corrupção passiva. A investigação visa verificar a veracidade desses repasses. Durante os interrogatórios, os assessores negaram ter devolvido salários ao parlamentar, mas a PF identificou inconsistências e contradições em suas declarações.
A prática de “rachadinha” consiste na ilegal transferência de parte dos salários dos funcionários, especialmente de cargos comissionados, para o político ou partido ao qual estão vinculados.