
Enquanto o país se divide por causas internacionais, milhões de brasileiros seguem enfrentando suas próprias batalhas.
Por Jorge Ramos
Nos últimos tempos, tornou-se comum ver brasileiros — especialmente estudantes universitários e autoridades — se manifestando sobre guerras e conflitos internacionais. A guerra em Gaza, a invasão da Ucrânia, e outras disputas externas acabam ganhando espaço nos protestos, nas redes e até em decisões de parlamentos locais. Mas surge uma pergunta incômoda: por que nos meter em guerras que não são nossas?
O Brasil tradicionalmente adota uma postura de neutralidade ativa: defende a paz e os direitos humanos, mas evita intervenções diretas em conflitos estrangeiros. Isso não é covardia. É maturidade diplomática. Afinal, não nos cabe importar conflitos externos quando ainda não conseguimos resolver os internos.
Com saúde pública deficiente, insegurança crescente, polarização política intensa e desigualdade social crônica, o foco deveria estar aqui. É legítimo se solidarizar com outros povos — mas é um erro estratégico e emocional priorizar batalhas ideológicas externas enquanto abandonamos as nossas.
O Brasil precisa reforçar sua soberania, sua identidade diplomática e sua responsabilidade com o próprio povo. Que nossos estudantes e líderes priorizem o Brasil real — aquele das filas no SUS, do desemprego e da violência urbana.
Jorge Ramos – Jornalista, comentarista político, articulista e cronista, consultor financeiro e securitário. Graduado em Administração/Gestão Pública e pós-graduado em Direito Constitucional.
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