
Embate entre Malafaia e Marcos Pereira esquenta debate sobre a PEC da Anistia e revela rachaduras no campo evangélico
O cenário político brasileiro ganhou mais um capítulo de tensão nesta quarta-feira (19), com o embate público entre dois influentes líderes evangélicos: o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e o deputado federal Marcos Pereira, presidente do partido Republicanos e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. O motivo? A polêmica PEC da Anistia, que propõe perdoar os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Malafaia, conhecido por seu tom inflamado, criticou duramente Marcos Pereira, acusando-o de envergonhar a Igreja Universal e os evangélicos ao não apoiar abertamente a PEC. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o pastor não poupou palavras, chamando Pereira de “cretino” e incentivando políticos do Republicanos a se posicionarem contra o líder partidário.
Marcos Pereira, por sua vez, respondeu com firmeza, afirmando que Malafaia “exala e transpira ódio”. O deputado destacou que sua posição sobre a PEC é técnica e que não é possível anistiar quem ainda não foi condenado. Ele também acusou Malafaia de “induzir a guerra” enquanto outros trabalham pela pacificação.
A troca de farpas entre os dois líderes reflete a divisão dentro do campo evangélico sobre a PEC da Anistia. Enquanto Malafaia defende a aprovação imediata do projeto, argumentando que algumas penas são exageradas, Pereira adota uma postura mais cautelosa, afirmando que o tema “contamina” o debate presidencial de 2026 e que a bancada do Republicanos ainda não chegou a um consenso.
Esse embate não apenas expõe as divergências internas entre as igrejas evangélicas, mas também ressalta o papel central que líderes religiosos desempenham na política brasileira. A PEC da Anistia, que já é um tema sensível, ganha ainda mais complexidade com a influência de figuras como Malafaia e Pereira, cujas opiniões reverberam tanto no Congresso quanto entre os fiéis.
O desfecho desse conflito ainda é incerto, mas uma coisa é clara: a discussão sobre a PEC da Anistia está longe de ser apenas uma questão jurídica ou política. Ela é também um reflexo das tensões e disputas de poder dentro do campo evangélico, que continua a ser uma força determinante no cenário político do país.