
Tarcísio de Freitas enfrenta oposição interna ao defender reforma tributária em encontro tenso com membros do PL, enquanto Bolsonaro questiona sua habilidade política
Na manhã desta quinta-feira (6), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, enfrentou momentos difíceis ao defender o apoio à reforma tributária durante uma reunião do PL, conforme relataram fontes presentes no encontro em Brasília, de acordo com informações obtidas pela Reuters.
De acordo com três fontes, Tarcísio fez um discurso em defesa da reforma, ressaltando que esta não seria uma questão apenas do governo, mas sim do Estado brasileiro como um todo. O encontro ocorreu a portas fechadas na sede do partido na capital do país.
No entanto, durante seu pronunciamento, o governador foi interrompido pelo deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, do PL de São Paulo, bem como por outros parlamentares da ala bolsonarista do partido, que se opõem à reforma. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, precisou intervir para garantir que Tarcísio pudesse concluir sua fala.
Em outro momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi responsável por constranger o governador paulista, como afirmaram duas das fontes. Diante de Tarcísio, Bolsonaro declarou que ele não possui experiência política e criticou a reforma tributária ao chamá-la de “do PT”.
Diante dessas circunstâncias, o governador de São Paulo, que lidera o estado de maior economia do país e tem sido um dos principais defensores da reforma, deixou a reunião e buscou uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do PP de Alagoas. Lira está trabalhando para garantir a votação da PEC da reforma em primeiro turno ainda nesta tarde de quinta-feira.
Uma fonte próxima a Tarcísio negou que ele tenha sido hostilizado durante a reunião do PL. Segundo essa fonte, o governador teve conversas com a base do partido, esclareceu seus pontos de vista e buscou manter o diálogo. A fonte destacou que divergências são normais em um assunto complexo e historicamente carente de consenso, como é o caso da reforma tributária.
A reunião foi convocada por Valdemar com o intuito de buscar uma posição unificada do PL, partido com a maior bancada da Câmara dos Deputados, composta por 99 parlamentares, em relação à reforma tributária, bem como outros assuntos em pauta.