
Americana, Santa Bárbara D'Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia somam 13 dos 23 mandados de prisão no Estado
Nesta quarta-feira (22), a Polícia Federal prendeu nove suspeitos de planejar atentados contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e outras autoridades públicas. Entre os presos, treze mandados de prisão do total de 23, os mandados da região de Americana (1), Santa Bárbara d’Oeste (2), Nova Odessa (1), Sumaré (7) e Hortolândia (2), no interior de São Paulo. Eles faziam parte de uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do país.
Segundo as investigações, o grupo pretendia sequestrar e assassinar Moro e outros alvos, o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro. O objetivo era vingar-se das ações do ex-juiz federal contra o crime organizado, especialmente na operação que desmantelou o esquema de corrupção na Petrobras.
Moro foi o responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância em Curitiba, onde condenou diversos políticos e empresários envolvidos no escândalo. Entre eles, estava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa o segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PL). Moro também autorizou a transferência de líderes do PCC para presídios federais de segurança máxima, onde ficam isolados e sem comunicação com o exterior.
Em 2018, Moro deixou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. No cargo, ele propôs medidas para endurecer o combate à corrupção e ao crime organizado, como a criminalização do planejamento de atentados contra autoridades públicas. Em 2020, ele pediu demissão após acusar Bolsonaro de interferir na Polícia Federal para proteger seus aliados.
No ano passado, Moro filiou-se ao União Brasil, um partido recém-criado que defende valores liberais na economia e conservadores nos costumes. Ele foi eleito senador pelo Paraná com 33% dos votos válidos, derrotando seu antigo correligionário Alvaro Dias (Podemos). No Senado, ele integra a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e é um dos principais críticos do governo Bolsonaro.
A prisão dos suspeitos de planejar os atentados foi elogiada por diversas autoridades políticas e jurídicas. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, afirmou que “a democracia não tolera atos violentos contra seus representantes legítimos”. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que “a tentativa de intimidação é um ataque à democracia”. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), declarou que “a sociedade brasileira repudia qualquer forma de violência”.