Rodoanel Norte: obra bilionária entregue após décadas de atraso vira espetadas políticas

Foi inaugurado nesta segunda-feira (22) o primeiro trecho do Rodoanel Mário Covas – setor Norte, na região metropolitana de São Paulo. A liberação para circulação acontece nesta terça-feira (23)

• Extensão total: 44 km (24 km inaugurados agora; 20 km restantes até 2026).

• Localização: Região metropolitana de São Paulo, passando por São Paulo, Guarulhos e Arujá.

• Estrutura:

  • 3 faixas por pista

  • 4 túneis

  • Pontes e viadutos

  • 4 passagens subterrâneas de fauna monitoradas

• Fluxo esperado: 40 mil veículos/dia, sendo mais da metade caminhões e carretas.

• Impacto direto: 10 mil caminhões a menos nas marginais, redução de tempo de viagem e melhora da qualidade do ar.

Investimento

• Total: R$ 3,4 bilhões

• Fontes:

  • R$ 1,35 bilhão via financiamento do BNDES

  • R$ 2 bilhões da concessionária Via SP Serra, do Grupo Via Appia

• Modelo de concessão: pedágio eletrônico (free flow), sem praças físicas, cobrando por trecho percorrido.

Histórico

• Concepção: O Rodoanel Mário Covas foi idealizado nos anos 1990 para desafogar o trânsito da capital.

• Trechos anteriores:

  • Oeste: entregue em 2002

  • Sul: entregue em 2010

  • Leste: entregue em 2014

• Norte: considerado o mais complexo, por atravessar áreas urbanas densas e de preservação ambiental.

• Atrasos: escândalos como mensalão e Lava Jato travaram licitações e contratos, além de disputas judiciais e problemas ambientais.

Disputa política na inauguração

• Aloizio Mercadante (BNDES): destacou o financiamento federal e exaltou Lula, dizendo que o presidente “não olha quem é o governador, olha o Estado e a população”.

• Tarcísio de Freitas (SP): provocou, lembrando que a obra demorou quase 30 anos por causa de escândalos de corrupção, exaltou Bolsonaro e celebrou a entrega antecipada em seis meses.

• Reação do público: aplausos ao governador, vaias ao presidente do BNDES.

Estrutura de apoio

• SAU (Serviço de Atendimento ao Usuário): estacionamento, banheiros, água potável e área de descanso.

• Centro de controle de operações: monitoramento em tempo real.

• Posto da Polícia Militar Rodoviária: reforço na segurança.

Em resumo: o trecho norte do Rodoanel não é apenas uma obra viária, mas um símbolo da política brasileira — marcado por décadas de atrasos, escândalos e disputas, e agora usado como vitrine eleitoral.