Sinais de negligência e sobrecarga revelam o colapso silencioso da saúde pública em Americana, afetando diretamente pacientes e profissionais do setor
A VERDADE SOBRE A SAÚDE DE AMERICANA por Jorge Ramos: NÃO É OPOSIÇÃO, É REALIDADE
Não sou oposição. Não sou do contra. Sou apenas um cidadão, um munícipe, um usuário do sistema público de saúde de Americana — e posso afirmar com total convicção: ele não funciona. Ou funciona mal. O mutirão “Mil Cuidados Em Um Dia”, promovido pela Prefeitura, é a prova mais clara disso. Quando se precisa reunir centenas de profissionais e realizar milhares de procedimentos em um único dia, é porque a fila está represada há muito tempo. Isso não é avanço. É confissão.
A estrutura física existe. O atendimento, não.
Muito foi feito nos últimos anos para melhorar a estrutura física dos locais de atendimento. Pintaram paredes, ampliaram salas, colocaram placas novas. Mas saúde pública não se mede por fachada. O que falta é fazer essa estrutura funcionar de verdade. O que falta é logística, gestão e compromisso com a saúde preventiva. A população precisa ser atendida com regularidade, com planejamento e com foco na prevenção — não apenas quando há mutirão ou quando a situação já é crítica.
A gestão que colapsou o sistema
O secretário de Saúde, Dr. Danilo Carvalho Oliveira, é um excelente articulador político. Mas como gestor, é um desastre. Sua administração não apenas manteve os problemas históricos da saúde pública, como aprofundou o colapso. A estrutura que já era frágil se tornou insustentável, gerando custos muito maiores ao município — tanto financeiros quanto humanos. Enquanto muitos o endeusam, a realidade é outra: a saúde em Americana foi maquiada, não resolvida.
E quando alguém ousa apontar os problemas, a resposta padrão é que “o secretário é bem avaliado”, que “tudo está acontecendo”, e que “você é do contra”. Mas os fatos falam mais alto. O mutirão não é solução — é uma tentativa de esconder anos de incompetência.
O que precisa mudar
Chega de tampar o sol com a peneira. O prefeito Chico Sardelli e o vice Odir Demarchi precisam admitir que a saúde pública está um caos. É hora de parar de fingir que está tudo bem e colocar um gestor técnico e competente na pasta da Saúde. Danilo pode continuar fazendo política — é o que sabe fazer — mas precisa sair da gestão. A cidade não pode mais pagar o preço da vaidade política travestida de eficiência.
A saúde pública exige compromisso real, planejamento sério e coragem para enfrentar os erros. Enquanto isso não acontecer, cada mutirão será apenas mais um lembrete de que a saúde em Americana continua sendo uma promessa não cumprida — e uma gestão que falha onde mais importa: no cuidado com as pessoas.
Jorge Ramos
Jornalista, articulista e cronista, comentarista político, consultor financeiro e securitário.
Graduado em Administração/Gestão Pública e pós-graduado em Direito Constitucional.
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