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Artigo: Titularidade Sequestrada — O Teatro da Moralidade em Americana e o Velho Jeito de Fazer Política

Brochi-e-Gualter Artigo: Titularidade Sequestrada — O Teatro da Moralidade em Americana e o Velho Jeito de Fazer Política
Foto: Divulgação/Facebo0k/ Arte: VVB Sp News

Como o grupo político do prefeito tenta apagar os verdadeiros autores da denúncia contra a Estapar, sequestrar o mérito e posar de salvador — tudo enquanto subestima o intelecto da população e aposta no esquecimento como estratégia de poder.

Em Americana, a política virou um espetáculo de vaidades. E como todo bom teatro, há personagens que entram em cena só depois que o palco já está montado — prontos para colher aplausos por um roteiro que não escreveram.

Foi exatamente isso que aconteceu com a denúncia contra a Estapar. Os vereadores Thiago Brochi (PL) e Gualter Amado (PDT) foram os primeiros a colocar o dedo na ferida: fiscalização ilegal, veículo sem identificação, multas aplicadas à revelia do contrato. Foram lá, filmaram, denunciaram. Fizeram o trabalho sujo — aquele que exige coragem, não likes.

Mas bastou a denúncia ganhar tração para o grupo do prefeito Chico Sardelli entrar em modo “operação resgate de protagonismo”. Criaram uma comissão, como quem diz: “Agora deixa com a gente.” E o que era uma investigação virou uma encenação. A comissão passou meses cozinhando o caso, e agora aparece nas redes sociais como se tivesse descoberto a pólvora. Vídeos, relatórios, poses de salvadores da pátria — tudo muito bem editado, claro.

O nome disso? Sequestro de titularidade. Roubaram o mérito, apagaram os autores e reescreveram a história com os rostos certos para a propaganda oficial. Afinal, Brochi e Amado hoje fazem oposição — e na lógica do poder, opositor não pode ser herói.

E o desfecho? Já sabemos. O relatório recomenda a rescisão do contrato com a Estapar, mas quem conhece o estilo do grupo sabe que vem aí um “acordo técnico”: algumas benesses cosméticas para a população, e a concessão segue firme e forte. É o velho truque: cria-se dificuldade, apresenta-se a solução, e vende-se a ilusão de eficiência.

E aqui cabe repetir uma frase que não sai da boca de quem conhece a política local: Americana não precisa de engenheiro de obra pronta. Precisa de quem pega a enxada antes da foto, de quem enfrenta o barro antes do tapete vermelho.

Porque no fim das contas, tudo evoluiu — tecnologia, redes sociais, discursos bem ensaiados — mas o velho jeito de fazer política dessa gente continua o mesmo: apagar quem incomoda, maquiar soluções, e posar como herói de uma história que não escreveram.

E o que mais entristece é ver como esse modelo político insiste em subestimar a capacidade de intelecto da população, como se ninguém tivesse memória, como se fosse normal apagar os verdadeiros autores e reembalar a verdade com selo oficial. Normaliza-se o esquecimento como ferramenta de poder. Mas há quem lembre. Há quem registre. Há quem denuncie.

Enquanto isso, a população assiste ao espetáculo sem saber que os verdadeiros autores foram apagados do roteiro. E quem ousa lembrar disso é chamado de “radical”, “opositor”, “inconveniente”.

Mas é preciso dizer: Americana não precisa de salvadores de última hora. Precisa de políticos que façam, mesmo quando não há holofotes. E que tenham a decência de não roubar o mérito alheio só porque o marketing exige um novo herói.

Viva os subestimados. Porque são eles que fazem a política valer a pena — mesmo quando o sistema tenta silenciá-los.

Jorge Ramos Jornalista, Articulista e Cronista Comentarista Político Consultor Financeiro e Securitário Graduado em Administração / Gestão Pública Pós-graduado em Direito Constitucional


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