Governador paulista participa de cerimônia histórica na B3 com o vice-presidente Geraldo Alckmin, dois dias após articular apoio à anistia dos réus do 8 de janeiro; ausência de Lula é vista como estratégia política
Dois dias após defender publicamente a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou nesta sexta-feira (5) do leilão da obra do túnel imerso Santos–Guarujá, ao lado do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). O evento, realizado na sede da B3, em São Paulo, marcou um raro momento de cooperação entre figuras de campos políticos opostos.
A cerimônia contou com a presença de ministros do governo federal, como Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Márcio França (Empreendedorismo) e Fernando Haddad (Fazenda), além de deputados e secretários estaduais. A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi notada e interpretada como uma decisão estratégica para evitar exposição ao lado de Tarcísio, que tem se aproximado de pautas bolsonaristas e é cotado como possível presidenciável em 2026.
O leilão foi vencido pela empresa portuguesa Mota-Engil Latam, representada pela Galápagos Capital, com um desconto de 0,5% sobre a contraprestação pública máxima. O contrato de concessão é de 30 anos, com investimentos estimados em R$ 6,8 bilhões para construção, operação e manutenção da estrutura.
A obra será o primeiro túnel imerso do Brasil, com 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos sob o canal do Porto de Santos. A travessia entre Santos e Guarujá, que hoje pode levar até uma hora, será reduzida para cinco minutos. O túnel atenderá carros, ônibus, pedestres, ciclistas e até o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), além de gerar cerca de 9 mil empregos diretos e indiretos.

Durante a cerimônia, Tarcísio e Alckmin bateram juntos o martelo simbólico do leilão, em um gesto que reforça a institucionalidade do projeto. Em seu discurso, o governador afirmou que “não sabendo que era impossível, várias pessoas trabalharam muito para que esse projeto se tornasse real”. Já Alckmin destacou que a obra só foi possível porque o Porto de Santos não foi privatizado, em uma crítica indireta à antiga proposta de Tarcísio quando era ministro da Infraestrutura.
A previsão é que o túnel esteja pronto em até cinco anos, com início das obras após a assinatura do contrato, prevista para o final de 2025.
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