
A Câmara discutia impactos ambientais, mas o cocar virou manchete: o PL passou, os gritos também - entre provocações étnicas, identidade virou pauta paralela no Congresso.
Durante a sessão plenária da Câmara dos Deputados realizada na madrugada de 17 de julho, um confronto verbal entre os deputados Célia Xakriabá (PSOL-MG) e Kim Kataguiri (União-SP) ganhou destaque e provocou reações nas redes sociais e na imprensa.
O episódio ocorreu durante o debate sobre o projeto de lei do licenciamento ambiental. A deputada Célia, representante indígena, criticou o texto proposto e classificou Kim como “estrangeiro” e “reborn”, o que foi interpretado por parlamentares e analistas como uma possível tentativa de deslegitimar sua participação com base em sua origem étnica e ascendência asiática.
Em resposta, Kim ironizou o cocar usado por Célia, afirmando que ela fazia “cosplay de pavão” — uma referência à espécie das penas do adorno. Célia rebateu, afirmando que o cocar representa um elemento sagrado de seu povo e classificou a fala como “racismo televisionado”.
A tensão escalou no plenário, gerando tumulto e exigindo a intervenção da Polícia Legislativa para conter os ânimos. Apesar da controvérsia, o projeto de lei foi aprovado.
Ambos os parlamentares foram eleitos pelo voto direto da população brasileira, o que garante legitimidade a seus mandatos, independentemente de suas origens culturais ou étnicas. O caso reacende o debate sobre os limites da crítica no ambiente político e a importância do respeito mútuo entre representantes eleitos.
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