
Campos Neto defende união nacional e simplificação tributária em sua estreia no Nubank, criticando a polarização política e propondo revisão do IOF
Em sua primeira entrevista pública após assumir o cargo de vice-chairman e chefe global de políticas públicas do Nubank, o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, compartilhou preocupações sobre o rumo político e econômico do Brasil.
Crítica à polarização: “Nós contra eles” não resolve
“O discurso de ‘nós contra eles’ é ruim para todo mundo. Não é o que vai fazer o País crescer de forma estrutural.”
Campos Neto argumentou que esse tipo de retórica prejudica a criação de soluções duradouras. Para ele, é essencial unir empresários, trabalhadores e governo em torno de objetivos comuns.
Alerta fiscal: dívida pode crescer até 5 pontos ao ano
Ele destacou que, sem superávits primários, a dívida pública brasileira pode aumentar entre 3 e 5 pontos percentuais ao ano, o que representa risco à estabilidade da economia.
Resposta a Haddad sobre os juros altos
“É lamentável quando se dá mais importância à construção de uma narrativa do que à busca de soluções estruturais.”
Em resposta às críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o acusou de deixar uma “herança de juros altos”, Campos Neto disse que tentou incluir Gabriel Galípolo, seu sucessor, nas decisões durante a transição.
Proposta para o IOF: eliminação gradual
“O IOF é um imposto distorcivo, que cria barreiras desnecessárias ao investimento e à internacionalização da economia brasileira.”
Campos Neto defendeu a eliminação progressiva do IOF — imposto que incide sobre operações financeiras — argumentando que ele perdeu sua função original como ferramenta de controle monetário. Segundo ele, mantê-lo apenas como fonte de arrecadação vai contra o princípio da simplificação tributária.
Descubra mais sobre Vai Vendo Brasil Sp News
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.