Mutirão de Saúde em Americana: números impressionam, mas levantam preocupação

A Prefeitura de Americana realizou no último sábado (29) a segunda edição do mutirão “Mil Cuidados em Um Dia”, iniciativa que integra a campanha Novembro Azul e que promoveu mais de 2,3 mil atendimentos em um único dia. Foram oferecidas consultas e exames especializados, incluindo cardiologia, ortopedia, colonoscopias, endoscopias e ultrassonografias, em um esforço concentrado para reduzir filas e agilizar diagnósticos.

O outro lado da história

Apesar dos números expressivos, especialistas e parte da população avaliam que o feito não é motivo de comemoração, mas sim de preocupação. O principal questionamento recai sobre a logística de atendimento: sem garantia de retorno rápido para análise dos exames, grande parte dos procedimentos pode acabar sem utilidade prática.

• Estima-se que até 80% dos exames realizados correm risco de serem “perdidos”, já que o retorno e acompanhamento dos pacientes não têm prazo definido.

• O custo elevado desses exames, somado à falta de planejamento para continuidade do atendimento, gera críticas sobre desperdício de recursos públicos.

• Para muitos, o mutirão representa mais uma ação de impacto midiático do que uma solução efetiva para os problemas da saúde municipal.

Vozes críticas

A avaliação é de que, sem uma logística eficiente, o mutirão se torna uma espécie de “maquiagem” na saúde pública: mostra números grandiosos em um único dia, mas não resolve a raiz do problema — a demora no acompanhamento e tratamento dos pacientes.

“Só Deus sabe quando o secretário de Saúde vai aprender a organizar o fluxo de atendimento. Enquanto isso, exames ficam sem retorno e a população continua sem solução real”, afirmam críticos da iniciativa.

Próxima edição

A terceira edição do mutirão está marcada para 13 de dezembro, mas a expectativa é que os mesmos problemas se repitam caso não haja mudanças estruturais na forma de conduzir o atendimento.

Da Redação Vai Vendo Brasil