
Ministro muda de turma e reacende debate sobre equilíbrio interno da Corte
Brasília — A recente decisão do ministro Luiz Fux de migrar da Primeira para a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu discussões sobre os bastidores da Corte e os rumos dos julgamentos relacionados à trama golpista. A mudança ocorre em meio a votações polêmicas que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus acusados de participação em núcleos de desinformação e articulação golpista.
Fux, que vinha atuando na Primeira Turma — responsável pelos julgamentos penais da trama — foi voto vencido ao absolver Bolsonaro, o general Braga Netto e sete réus do núcleo de desinformação. A transferência para a Segunda Turma foi autorizada pelo presidente do STF, Edson Fachin, após pedido formal feito por Fux, que alegou um acordo prévio com o ministro aposentado Luís Roberto Barroso.
A movimentação é vista por analistas como uma tentativa de Fux de se afastar dos julgamentos mais espinhosos, ao mesmo tempo em que busca preservar sua posição institucional. A Primeira Turma, agora com apenas quatro integrantes, seguirá responsável pelos próximos julgamentos, incluindo os núcleos 2, 3 e 5 da trama golpista, com sessões marcadas para novembro e dezembro.
A ida de Fux para a Segunda Turma também o coloca ao lado de ministros com quem mantém relações tensas, como Gilmar Mendes. Em declarações recentes, Fux provocou Gilmar ao dizer que agora ele poderá comentar seus votos sem infringir regras da magistratura. A nova composição da turma inclui ainda André Mendonça, Nunes Marques e Dias Toffoli — todos com perfis considerados mais conservadores.
A estratégia de Fux levanta questionamentos sobre possíveis tentativas de barrar condenações que ele considera precipitadas ou injustas. Ao mesmo tempo, sua permanência nos julgamentos já agendados indica que o ministro não pretende se esquivar completamente das decisões mais delicadas.
A Corte já condenou 15 réus pela trama golpista, e os próximos julgamentos prometem manter o STF no centro do debate político e jurídico nacional.
Com Informações Agência Brasil
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