
Base governista barra convocação de ex-assessor ligado ao 'Careca do INSS' e provoca reação da oposição em sessão marcada por tumulto e pedidos de desculpas.
Brasília — A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os descontos associativos ilegais em aposentadorias do INSS viveu momentos de tensão nesta quinta-feira (2), após a base governista, incluindo parlamentares do PT, articular a retirada de pauta da convocação de Edson Claro Medeiros Júnior — ex-funcionário ligado a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”.
O requerimento, apresentado pelo relator Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), foi rejeitado por 16 votos a 14, em uma manobra interpretada como tentativa de blindagem por parte do governo. Medeiros Júnior havia prestado depoimento à Polícia Federal, revelando que o “Careca” transportava dinheiro em espécie para pagamento de propina e tentou se desfazer de bens para evitar apreensão. Ele também afirmou temer ser alvo de atentado.
Durante a sessão, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) se exaltou ao alegar que a oposição não teve tempo suficiente para se manifestar contra a convocação. Em meio ao bate-boca, Pimenta chegou a socar a bancada e gritar com o microfone desligado: “Não há previsão no regimento”. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), reagiu pedindo respeito: “Vossa Excelência nunca mais faça isso aqui, por gentileza. Me trate com respeito”.
Após uma pausa nos trabalhos e conversa reservada com o presidente da CPMI e o líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), Pimenta pediu desculpas públicas: “A minha maneira de proceder aqui foi intempestiva e não regimental”.
A retirada da convocação reacende o debate sobre a atuação da base governista na CPMI e levanta suspeitas sobre possíveis tentativas de obstrução das investigações. A oposição promete insistir na convocação de figuras-chave envolvidas no esquema.
Descubra mais sobre Vai Vendo Brasil Sp News
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.