Projeto que propõe anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro avança com apoio majoritário da base bolsonarista e partidos do centrão
Brasília, 17 de setembro de 2025 — Em uma sessão marcada por tensão política e discursos inflamados, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, por 311 votos a favor e 121 contra, o regime de urgência para o projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos golpistas ocorridos desde outubro de 2022, incluindo os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
O que significa a urgência?
Com a aprovação da urgência, o projeto pula as etapas das comissões e pode ser votado diretamente no plenário. A proposta, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), prevê anistia não apenas para os participantes físicos dos atos, mas também para aqueles que apoiaram por meios digitais, logísticos ou financeiros.
A votação escancarou a polarização entre os blocos parlamentares.
Reações e próximos passos
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que será nomeado um relator para construir um texto de consenso. “A urgência não significa aprovação automática. Vamos ouvir todos os setores e buscar equilíbrio”, declarou Motta.
A oposição, liderada por parlamentares do PT e PSOL, criticou duramente a medida. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) classificou a proposta como “um retrocesso institucional” e alertou para o risco de impunidade.
Bolsonaro será incluído?
A grande incógnita é se o projeto incluirá o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses de prisão por incitação e omissão nos atos golpistas. O texto original não menciona nomes, mas aliados do ex-presidente pressionam pela inclusão.
Transmissão e mobilização
A sessão foi acompanhada por milhares de brasileiros em transmissões ao vivo. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foi um dos destaques, defendendo a urgência e criticando o STF. Já o senador Cleitinho (Republicanos-MG) convocou a população para se mobilizar em apoio à anistia.
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