Assassinato de ex-delegado expõe nova fase do crime organizado e pressiona governo Tarcísio

Praia Grande (SP) — O brutal assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, ocorrido em 15 de setembro em uma movimentada via pública de Praia Grande, escancarou a força e a sofisticação do crime organizado em São Paulo. Fontes, que atuava como secretário municipal de Administração, foi morto em uma emboscada meticulosamente planejada, reacendendo o debate sobre a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) e os desafios enfrentados pelo governo estadual.

Alvo escolhido, execução precisa

Imagens de segurança mostram o carro de Fontes sendo perseguido, colidindo com um ônibus e capotando. Em seguida, outro veículo se aproxima e homens fortemente armados disparam contra o ex-delegado. Segundo especialistas, a ação teve alto grau de complexidade tática e logística, indicando treinamento especializado por parte dos executores.

Histórico de combate ao PCC

Fontes foi um dos primeiros delegados a mapear a estrutura do PCC, tendo papel decisivo na transferência de líderes da facção para presídios federais. Por sua atuação, já havia sido jurado de morte anteriormente.

Emboscada monitorada por meses

Investigações revelam que os veículos usados na ação — uma Toyota Hilux e um Jeep Renegade — rondavam a prefeitura de Praia Grande há pelo menos dois meses. Câmeras de segurança e radares identificaram placas adulteradas circulando nas proximidades.

Vítimas colaterais

Além de Fontes, duas pessoas foram feridas por tiros durante a perseguição. Elas estavam em frente à casa de familiares e foram atingidas pelos disparos. O estado de saúde delas não foi divulgado.

Pressão sobre o governo estadual

O crime ocorre em um momento em que o PCC passa por uma “nova fase”, diversificando suas atividades e ampliando sua influência. A execução de um ex-delegado de destaque coloca o governador Tarcísio de Freitas sob pressão para intensificar o combate ao crime organizado e reforçar a segurança pública