Enquanto o país enfrenta desafios econômicos, Haddad volta sua atenção à articulação de Tarcísio por anistia, gerando críticas sobre prioridades do governo.
Em meio a um cenário econômico delicado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou os holofotes para a articulação política do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que defende anistia para os envolvidos na tentativa de “golpe de 8 de janeiro”. Durante entrevista à RedeTV!, Haddad afirmou estar preocupado com declarações de Tarcísio que colocam em xeque a confiança nas instituições e na Justiça brasileira.
“Quando você vê o governador do estado de São Paulo dizer que não confia nas instituições, não confia na Justiça, que tem que perdoar quem tentou dar golpe de Estado… você fica preocupado”, declarou o ministro.
Tarcísio esteve em Brasília para ampliar o apoio à proposta de anistia, reunindo-se com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para discutir um texto que abrangeria não apenas os condenados pelos atos de 8 de janeiro, mas também os réus do plano de golpe — incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente julgado pelo STF.
A proposta enfrenta resistência no Supremo Tribunal Federal e no Senado, especialmente por parte do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP). Tarcísio chegou a afirmar que, se fosse eleito presidente, seu primeiro ato seria conceder indulto a Bolsonaro.
Críticas à Prioridade de Haddad Enquanto o ministro se envolve em embates políticos, críticos apontam que sua atenção deveria estar voltada à recuperação econômica do país. Após três anos de crescimento tímido, inflação elevada e dificuldades fiscais, muitos brasileiros esperam que Haddad concentre esforços em apresentar um plano robusto de desenvolvimento, geração de empregos e controle das contas públicas.
A crítica ganha força diante da ausência de avanços significativos em reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, e da percepção de que o governo ainda não conseguiu estabilizar a confiança dos investidores.
Dependência Política e Institucional Haddad também comentou que Tarcísio “foi eleito por Bolsonaro” e que a fala do presidente Lula — ao dizer que “Tarcísio não existe sem Bolsonaro” — não foi ofensiva, mas uma constatação política. A dependência do governador em relação ao ex-presidente é vista como um fator que impulsiona sua defesa da anistia
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