
Entre a Paixão Política e o Risco Autocrático: Como a polarização está minando a consciência democrática no Brasil
Por Jorge Ramos Agosto de 2025 Vai Vendo Brasil SP News
O Brasil vive uma fase crítica de sua trajetória democrática. As tensões entre os Três Poderes, somadas à polarização política, ao ativismo digital e à desinformação nas redes sociais, desenham um cenário confuso e preocupante.
Polarização e Ativismo: O Desafio da Consciência
Bolsonaristas versus movimentos progressistas. Esquerda versus direita. Redes sociais repletas de militância emocional. A política tem se tornado um jogo de torcidas — inclusive entre parlamentares de ambos os lados, que atuam mais como líderes de facções ideológicas do que como representantes da sociedade.
A população comum, muitas vezes desinformada ou emocionalmente mobilizada, acaba sendo usada como massa de manobra para institucionalizar esses “times” políticos, seja da esquerda lulopetista ou do bolsonarismo. Isso enfraquece o debate racional e transforma o cidadão em torcedor, não em agente político.
É essencial reforçar que direita e liberalismo não são sinônimos de bolsonarismo. O conservadorismo legítimo e o pensamento liberal têm raízes históricas e filosóficas que não se confundem com o personalismo, o radicalismo e o confronto institucional promovido por setores bolsonaristas.
O Judiciário em Foco
A recente sanção dos EUA ao ministro Alexandre de Moraes acendeu discussões intensas sobre os limites do Judiciário. Parlamentares e juristas acusam ingerência estrangeira, enquanto o governo reage em defesa das instituições. O debate revela o quanto decisões judiciais influenciam o equilíbrio político-institucional.
Estratégia Lulopetista e o Ativismo Bolsonarista
A esquerda lulopetista tem se aproveitado da radicalização bolsonarista para justificar medidas autoritárias e consolidar um regime cada vez mais centralizado. Com apoio de ministros do STF, decisões judiciais têm extrapolado os limites constitucionais, criando um ambiente de insegurança jurídica e censura disfarçada de proteção institucional.
Esse cenário leva pessoas comuns a um ativismo emocional, movido por indignação e medo, mas desconectado da realidade dos riscos que a democracia brasileira enfrenta. A polarização serve como cortina de fumaça para a implantação de um modelo político que concentra poder e enfraquece o contraditório.
O 8 de Janeiro como Muleta Política
O episódio de 08/01/2023 tem sido usado como muleta narrativa pela esquerda e pelo Judiciário para justificar ações duras e consolidar poder. A tentativa de transformar baderneiros em golpistas alimenta uma narrativa que muitos consideram exagerada ou manipulada.
Diversos juristas e analistas políticos apontam que o golpe nunca existiu de fato — não houve mobilização militar, nem atos concretos de ruptura institucional. O uso político do episódio tem servido para silenciar opositores e legitimar medidas que colocam em risco o Estado de Direito.
O Risco da “Venezualização” ou “Cubatização”
Se não sairmos do ativismo emocional e irracional — seja de esquerda ou direita — corremos o risco de caminhar rumo a regimes autoritários. Não estamos debatendo ideologias, e sim atitudes autoritárias disfarçadas de política. Quando se critica um ente ou autoridade, isso não significa demonizar uma corrente filosófica. O problema é quando somos massa de manobra de projetos que não nos representam.
Reflexão Final: O Que Queremos Para o País?
O que está em jogo é mais do que eleições ou partidos. É a liberdade, o direito ao dissenso, o acesso à verdade e ao contraditório. A democracia não é uma garantia — é uma construção constante feita por cidadãos conscientes.
É hora de refletir. De sair da bolha. De se importar de verdade com o Brasil.
Jorge Ramos é jornalista, comentarista político, articulista e cronista, consultor financeiro e securitário, graduado em Administração/Gestão Pública e pós-graduado em Direito Constitucional.
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