
Procurador-geral Paulo Gonet apresentou o pedido em 14 de julho; ex-presidente pode pegar mais de 40 anos de prisão. Processo será julgado pelo STF entre agosto e setembro.
Brasília, 14 de julho de 2025 — O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou nesta segunda-feira (14) suas alegações finais no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por envolvimento em uma suposta “tentativa de golpe de Estado”. Se condenado por todos os crimes atribuídos, Bolsonaro poderá cumprir pena superior a 40 anos de prisão.
A denúncia inclui acusações de liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Além de Bolsonaro, outros membros do chamado “núcleo crucial” da trama foram indicados, como generais, ex-ministros e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
A apresentação das alegações marca a etapa final antes do julgamento, previsto para ocorrer entre o fim de agosto e o início de setembro. Horas antes do pedido da PGR, Bolsonaro publicou nas redes sociais que “o sistema busca sua destruição”, reforçando a narrativa da perseguição e ampliando os apelos por anistia feitos por sua família.
A tensão aumentou após o governo dos EUA, liderado por Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, medida que seus aliados atribuíram à suposta perseguição judicial contra Bolsonaro — embora o governo brasileiro e o STF neguem qualquer ingerência externa nas decisões judiciais.
O processo também aponta que os “atos golpistas” tiveram início ainda durante o governo Bolsonaro (2019–2022), com campanhas contra o sistema eletrônico de votação e tentativas de influenciar as Forças Armadas, culminando na invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Todos os réus negam envolvimento em plano golpista.
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