
Extremistas atribuindo atos de terrorismos a atos de loucura, quais extremistas são menos extremistas?
Recentemente, um incidente na Praça dos Três Poderes levantou um debate acalorado sobre a natureza do ato e a resposta das autoridades. Um carro cheio de artefatos explosivos foi encontrado pela Polícia Militar, e o veículo, segundo relatos, pertencia ao homem encontrado morto após explosões em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). O sargento Santos, da PM do DF, informou que o carro foi parcialmente destruído por um incêndio, e os policiais avistaram um homem saindo correndo do veículo, acreditando que ele estava fugindo do fogo.
A questão que surge é: estamos realmente diante de um ato terrorista ou de uma ação isolada de alguém em crise psicótica? A tentativa de atribuir um ato isolado, possivelmente cometido por uma pessoa com problemas de ordem pessoal e psicológica, a um ato de terrorismo profissional parece, no mínimo, exagerada. Um ato terrorista de profissionais não seria executado de forma tão amadora, com explosivos amarrados a tijolos e explosões que mais pareciam rojões de fogos de artifício.
Infelizmente, este incidente parece mais digno de alguém com uma doença psicológica do que de terroristas organizados. A reação exagerada de algumas autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, que classificou o ato como terrorismo, levanta questões sobre a adequação dessa resposta. É importante que as autoridades não subestimem a capacidade de discernimento da população e evitem discursos inflamados que não correspondem à realidade dos fatos.
Atribuir um ato isolado a terrorismo pode ter consequências graves, incluindo a estigmatização de pessoas com doenças mentais e a criação de um clima de medo desproporcional. É essencial que as investigações sejam conduzidas com seriedade e que as conclusões sejam baseadas em evidências concretas, não em suposições alarmistas.
Em resumo, é crucial que as autoridades tratem este caso com a devida sensibilidade e precisão, evitando discursos populistas e pseudo-moralistas que não contribuem para a compreensão real dos fatos. A sociedade merece uma resposta equilibrada e fundamentada, que respeite a verdade e a dignidade de todos os envolvidos.
Jorge Ramos Jornalista, comentarista político, consultor financeiro e securitário graduado em administração/gestão pública e pós-graduado em direito constitucional.
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