O movimento, que adotou a sigla MMDC, com as iniciais dos nomes dos estudantes mortos

A sigla “MMDC” representa os nomes dos mártires do movimento: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Esses jovens paulistas foram mortos por tropas federais ligadas ao Partido Popular Paulista (PPP) durante uma manifestação ocorrida na noite de 23 de maio de 1932. Um quinto manifestante morreu dias depois no hospital. Essa tragédia antecedeu e foi uma das razões para o grande conflito daquele ano. A sigla também representou a organização clandestina que conspirou para o levante e coordenou os esforços de guerra, incluindo recrutamento, arrecadação de fundos e distribuição de recursos para os soldados do Exército Constitucionalista.

• Contexto histórico:

  • Em 1932, o Brasil vivia sob o regime de Getúlio Vargas, que governava de forma discricionária, sem uma Constituição Federal que delimitasse os poderes do Presidente da República ou estabelecesse as articulações entre os três poderes. Além disso, os estados federados haviam perdido grande parte da autonomia que tinham na vigência da Constituição de 1891. A situação em São Paulo era particularmente crítica, com crescente insatisfação em relação ao governo de Vargas.
  • A população paulista protestou contra a ditadura, resultando em uma série de manifestações. No dia 23 de maio de 1932, durante uma dessas manifestações, os quatro jovens mencionados foram mortos, e a sigla MMDC foi criada como forma de homenageá-los e manter viva a memória desse período histórico.

Os restos mortais dos estudantes estão sepultados no mausoléu do Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, e seus nomes estão incluídos no Livro de Heróis da Pátria. Essa história é um lembrete importante da luta pela democracia e pela Constituição durante um momento crucial na história do Brasil.