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Roberto Campos Neto: Copom mantém Selic em 10,5% ao ano e ignora pressão política de Lula

Campos-neto Roberto Campos Neto: Copom mantém Selic em 10,5% ao ano e ignora pressão política de Lula
Foto: Divulgação/Arte: V V B News

Essa decisão trouxe alívio ao mercado, e aos investidores refletindo uma certa "estabilidade" temporária sem intervenção politica

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou a decisão esperada e interrompeu a trajetória de queda da taxa básica de juros. De forma unânime, a Selic foi mantida em 10,5% ao ano, e a pressão política exercida pelo presidente Lula da Silva foi solenemente ignorada.

Essa decisão trouxe alívio ao mercado, especialmente após o racha que marcou a reunião anterior do Copom. Em maio, por cinco votos a quatro, os diretores haviam decidido reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p). A divisão gerou ruído, pois opôs os membros mais antigos aos nomeados por Lula da Silva, que defendiam uma queda maior, de 0,50 p.p.

Desta vez, a paz voltou a reinar no Copom. A conjuntura econômica piorou consideravelmente de um mês para o outro, não havendo argumento técnico para justificar uma redução dos juros neste momento. No cenário internacional, a incerteza persiste, exigindo cautela. O Federal Reserve manteve os juros norte-americanos entre 5,25% e 5,5%, o nível mais alto em 22 anos. Isso atrai capital que normalmente busca retornos mais altos em mercados emergentes, como o Brasil.

No país, a inflação desacelera lentamente, mas os núcleos (que captam a tendência geral dos preços, desconsiderando choques temporários) permanecem resilientes e acima da meta. As expectativas para o IPCA estão em 4% para este ano e 3,8% em 2025, ambos acima da meta de 3%.

O comunicado do BC deixou claro que a política monetária será mantida em patamar contracionista por “tempo suficiente” para consolidar a desinflação e ancorar as expectativas nas metas. A leitura dos investidores é que o Copom descartou a possibilidade de nova queda na taxa de juros até 2025.

Por outro lado, o BC também reduziu as chances de aumento da Selic. Além do cenário de referência, que projeta inflação em 4% neste ano e 3,4% em 2025, há um cenário alternativo com expectativas mais próximas da meta. Nesse cenário, a Selic permanece em 10,5% durante todo o ano de 2025.

Apesar disso, a pressão sobre o real persiste. O câmbio, que iniciou o ano cotado a R$ 4,85, chegou a abrir a R$ 5,38, mas fechou a R$ 5,46, o maior valor desde julho de 2022. Incertezas no exterior e declarações do presidente Lula da Silva contribuíram para essa situação.

A unidade demonstrada pelo Copom indica que não haverá leniência no combate à inflação e devolve a responsabilidade pelas turbulências domésticas a Lula da Silva. O governo, ao alterar as metas de 2025 e 2026, prejudicou a percepção do mercado sobre a credibilidade de sua política fiscal.

Além disso, a devolução da medida provisória que limitava o uso de créditos do PIS/Cofins pelas empresas mostrou os limites da agenda de recomposição de receitas da equipe econômica e expôs o isolamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.


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