África do Sul encerra três décadas de domínio do ANC que deverá partilhar o poder
Com mais de 98% da apuração concluída, o Congresso Nacional Africano (ANC), partido histórico associado a Nelson Mandela, enfrentou um revés significativo nas eleições da África do Sul. Pela primeira vez desde o fim do regime do Apartheid, o ANC não conseguiu maioria simples no Parlamento. Seu apoio caiu para 40,29% dos votos, uma grande queda em relação aos 57,5% obtidos na última eleição nacional, em 20191. A insatisfação da população sul-africana com desemprego, desigualdade e escassez de energia foi a justificativa para esse declínio.
Na contramão, o principal partido da oposição, a Aliança Democrática (DA), angariou 21,63% dos votos, e o uMkhonto we Sizwe (MK), um novo partido liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, conseguiu 14,71%. Os partidos da África do Sul já se preparam para negociar uma coalizão, prevendo que o ANC ficaria sem maioria em 30 anos de democracia. Os potenciais aliados variam desde a Aliança Democrática até partidos insurgentes de ex-membros do ANC que deixaram a legenda. Investidores esperam que as incertezas se resolvam rapidamente, e o balanço final dos votos determinará o número de assentos que as legendas terão na Assembleia Geral, que elege o próximo presidente. O atual presidente, Cyril Ramaphosa, pode continuar sendo o líder do ANC, mas o resultado ruim pode alimentar discussões sobre sua liderança
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